13 de dez. de 2009

invenções.

Onde está a linha de resistência que costura e alinhava a nossa identidade nacional embaixo desta casca padronizada que não nos pertence?

Além da cultura popular que se mantém nos guetos e nas periferias de todo o país, o que nós estamos produzindo de nacional efetivamente para evitar o desaparecimento da nossa identidade? Ficaremos de joelhos para a globalização boquiabertos com a facilidade de comunicação que ela nos proporciona e fecharemos os olhos para falta de criatividade, independência e preservação da nossa diversidade??

Sei que a história da humanidade é cíclica e que estamos num momento de transição rumo a uma época de resgate da criatividade e inovação. Aliás este processo que teve início no final do século 20, caminha a passos de tartaruga.

O que é nada palatável, é ter que conviver com o lixo cultural das massas cuja falta de qualidade parece não ter fim. Arrotam um pseudo-nacionalismo e chamam de popular um populismo, que chafurda na lama uma cultura enveredada pelo caminho do qualquer-custo à fama!

Cegamente escolhi o caminho da arte com a idéia ilusória de que poderia viver dela. Mas, que arte? E viver é trabalhar para pagar as contas, desejar boas festas, acompanhar e tentar entrar para a novela das 8, perseguir a estética massificada de aceitação e fazer terapia por sentir culpa por não conseguir fazer nada disso?

Nesta sociedade só me resta me vender e esperar a morte.. pra ver se volto com mais sorte. Por enquanto, me uno àqueles que ainda pensam que tudo é mais do que isso. Mas mesmo assim, a luta pelo poder é um maremoto. Nada podemos fazer além da nossa parte, que nessa luta, é apenas um pequeno foco.

Um comentário:

André Auke disse...

Nossa! Esse texto toca profundo em quem sabe o que é isso.
Você falou pela sua e nossas almas.
Sinto-me desabafando através de seu texto.
Obrigado.